DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS
Eu, Manuel Duran Clemente, coloco no fim desta declaração um pouco do
meu currículo sobre o meu comportamento e procedimentos considerados revolucionários
em prol da Revolução Portuguesa e da consequente libertação do povo português há
mais de 40 anos.
Isto para dizer que tendo lutado
pela liberdade estimo e torno obrigatório a LIBERDADE DE EXPRESSÃO como um
direito de cidadania.
Não é por pertencer a qualquer
Partido Politico que essa questão me é retirada e muito menos na idade que tenho.
Tenho concordado e dado acolhimento nesta minha página, a quem entende,
camaradas ou não, de que o Parido Comunista Português deve fazer um esforço
ciclópico para que num futuro próximo se obtenha uma condigna plataforma de
esquerda e muito particularmente com o Partido Socialista. Como reacção tenho sido
alvo de opiniões ofensivas de quem ou desconhece o meu passado ou usa por má fé
a sua vontade de magoar o próximo e até camaradas só por ter opinião diferente.Ora eu sou absolutamente avesso a este cego sectarismo e a esta congénita deformação cultural de quem se esqueceu de que "O Radicalismo Pequeno Burguês" serve para quem é extremista nos dois sentidos.
Eu não esqueço nenhum dos momentos (dos 40 anos) em que outros Partidos
e particularmente o Partido Socialista , trataram, em minha opinião, de forma
menos correcta o percurso deste processo desde a unidade sindical, o Verão
quente, o 25 de Novembro, a destruição da Reforma Agrária, as privatizações à
tripla forra, a forma descuidada como se entrou na União Europeia e de outras “diatribes”
até à crise de 2008.
Quem quiser dar a sua opinião
sobre isto tem lugar na minha página.Quem vier opinar ofendendo-me será
eliminado ou provavelmente bloqueado.
CONTINUAREI PORTANTO,
INDEPENDENTEMENTE DE PODER SER O ÚNICO MILITANTE DA REVOLUÇÃO, a ter a minha
opinião categórica de que as estruturas do PCP deviam fazer um esforço para
conseguir uma plataforma de entendimento pré eleitoral ou pós eleitoral para
que a esquerda ( ou qualquer outra política mais à esquerda) vingue neste país, pura e simplesmente para que
PORTUGAL TENHA FUTURO e os meus netos não sofram o que sofremos em 48 anos de
ditadura.
Podem todos estar em desacordo
comigo …mas para esta página quem vier por bem será aceite, quem vier
ofendendo-me ou caluniando-me a mim ou a amigos meus SERÁ imediatamente
bloqueado.
Manuel Duran Clemente ,Capitão de
Abril
************************************
Como prometi segue algum do meu percurso nos últimos 40 anos:
Manuel DURAN CLEMENTE
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Um dos Capitães de Abril
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Nasceu em Almada em 28
de Junho de 1942.
…………………………………………………………………………
É um dos capitães da
génese clandestina do Movimento de Capitães.
…………………………………………………………………………….
Ingressou na Academia Militar em 1961.Licenciou-se em
Administração. Teve vários cargos, militares e civis, na área administrativa,
financeira e de gestão.
Foi promovido a Capitão em 1968.
Foi-lhe atribuído o grau de Cavaleiro da Ordem Militar
de Avis (02.10.1971)
…………………………………………………………………………….
Antes da Revolução conheceu S.Tomé , Angola,
Moçambique e Guiné-Bissau, tendo estado,
em comissões militares na guerra colonial, nestas duas últimas ex-colónias.
Solidariza-se, em 1969, com o movimento MDP/CDE. Tem
reuniões clandestinas entre 1969 e 1973.Em Abril de 1973 contesta publicamente
em Aveiro, no Congresso da Oposição Democrática, o regime ditatorial, onde
distribui um manifesto político.
Como consequência da
apresentação deste documento à hierarquia militar (onde, além de criticar
a falta de liberdade e a guerra colonial, requer o abandono das
Forças Armadas) o Capitão Duran Clemente sofre como “punição” a
deportação/mobilização para a Guiné-Bissau onde chegou em Julho de 1973.
Teve então oportunidade
de desenvolver o processo conspirativo, já iniciado em Lisboa, logo após a sua
chegada à capital guineense.
(Ver publicação sobre o seu desempenho no inicio e
desenvolvimento do Movimento de Capitães nesta colónia, no depoimento no Livro
Conquistas da Revolução editado pela ACR em 23 de Abril de 2014 ou no seu
blogue omirantealmirante2.blogspot.com)
É aí, em Bissau, que promove a constituição de um dos
primeiros núcleos clandestinos e onde se iniciaram reuniões alargadas dos
Capitães. Desde a primeira dessas reuniões contou com a presença de alguns
militares (que depois ficaram mais conhecidos) tais como Otelo Saraiva de
Carvalho, Salgueiro Maia, Matos Gomes, Sales Golias e Faria Paulino.
O Capitão Duran Clemente é um dos quatro autores da
carta subscrita por cerca de cinquenta capitães (em guerra na Guiné) dirigida
ao Governo, em Agosto de 1973, pondo em causa o sistema e deixando já antever
uma tomada de posição de força.
Só depois deste acto se realiza em Alcáçovas a reunião
de mais de 130 capitães no Continente e se iniciam manifestações semelhantes em
Moçambique e Angola.
É eleito para a
primeira Comissão Coordenadora do movimento de capitães com os capitães Matos
Gomes, Almeida Coimbra e António Caetano/Sousa Pinto.
Durante o período de preparação do 25 de Abril é o
elemento de ligação ao MFA/Continente, a Hugo dos Santos e Vasco Lourenço, isto
é, entre a Guiné e Lisboa.
Promove-se, nessa ocasião (Agosto/Setembro/73) o
alargamento da conspiração à Marinha e Força Aérea.
Destaca-se pela acção intensa que teve no
“recrutamento” de militares/capitães, não só do Exército como da Força Aérea e
da Marinha, no envolvimento nas acções conducentes ao acto libertador que
estando mobilizados na Guiné, iam regressando a Portugal, (no fim das suas
comissões de guerra de dois anos) entre Julho de 1973 e Março de 1974.
Exerce também missões de ligação a militares “não
profissionais” (milicianos) na fase conspirativa, tais como Barros Moura e Celso
Cruzeiro (antigos dirigentes académicos), entre outros, que viriam a ter
colaboração significativa no equilíbrio das soluções futuras, já depois da
alvorada libertadora.
Duran Clemente com os oficiais organizados tomam o
poder também em Bissau e em toda a Colónia, no dia 25 de Abril, colocando nos
postos chaves, militares de confiança e integrados no espírito do Programa MFA
depois de sanearem e “remeterem” para Lisboa, nos dias seguintes, os oficiais
superiores conotados com a ditadura, tais como o General Bettencourt Rodrigues
Governador e Comandante-Chefe e outros adeptos do sistema.
Esta atitude na Guiné estava integrada na operação
global e serviria sempre de reserva a qualquer eventual malogro das acções
então planeadas e a decorrer no Continente.
A tomada de posição na Guiné,felizmente, não foi
necessária para se impor como “moeda de troca”, porque a Revolução vingou em
Lisboa mas reforçou-a e consolidou-a, sobretudo no referente ao processo pacífico
de descolonização. A pressão do MFA da Guiné é importante. A colónia já estava
reconhecida como país independente por uma centena de países. Mas Spínola e outros faziam contra-vapor em Lisboa.O processo de
descolonização da Guiné iria decorrer sem incidentes sob a chefia de Carlos
Fabião e do acompanhamento da coordenação do MFA/Guiné, a partir de 7 de
Maio e até 15 de Outubro de 1974.
Foi no período de transição nomeado pelo MFA para
Director do único Jornal “A Voz da Guiné” que se constituiu como mais um agente
de dinamização e esclarecimento no processo em curso, sobretudo na cidade de
Bissau.
Após a Lei 7/74 (reconhecimento do direito das
colónias à independência) e do comunicado conjunto ONU/PORTUGAL (a 4 de
Agosto) em que se reconhece a Guiné-Bissau como Estado independente,
participa em várias acções de preparação e transferência de poderes no
território da Guiné e integra missões de contacto e acolhimento dos primeiros
dirigentes do PAIGC, tais como Luís Cabral, Manuel dos Santos, Vasco Cabral, Julio
Carvalho, Juvêncio Gomes, Francisco Mendes, Pedro Pires e outros.
Já antes, de Maio a Julho, por acções legitimadas pelo
MFA e por Carlos Fabião e pelo decurso dos processos de negociações, de (Londres
e Argel) é alvo de perseguição pelo então General A.Spinola, sobretudo depois
duma entrevista dada em Agosto,em Bissau, à RTP (a J.Letria) denunciando que
militares portugueses e guerrilheiros do PAIGC já confraternizavam com
normalidade. Chegou a ser chamado a Lisboa e a receber ordens para encerrar o Jornal;
acções a que se opôs o Governador Carlos Fabião que, apesar de considerado
militar "spinolista",após chegado a Bissau em 7 de Maio, opta definitivamente
pelas posições do MFA.
Como convidado pelo PAIGC esteve, em Madina do
Boé, nas comemorações do primeiro aniversário da independência da Guiné
Bissau,em 24 de Setembro de 1974.
Com o processo na Guiné resolvido em 15 de Outubro de 1974
(data do regresso a Lisboa do ultimo contingente militar português) o Capitão
Duran Clemente regressa a Lisboa onde, com um grupo significativo de oficiais
que se tinham distinguido em Bissau, integram a 5ª Divisão do Estado Maior
General das Forças Armadas.
Aí se organizam numa das estruturas mais destacadas no
Processo Revolucionário até ao 25 de Novembro de 1975.
O Capitão Duran Clemente foi, nesta estrutura, um dos responsáveis
pelo Centro de Esclarecimento e Informação Pública coordenando programas de
Rádio e Televisão e integrando a redacção do Jornal quinzenal “ O Boletim do
MFA” editado durante um ano ( 25 exemplares ).
Na sua actividade, extra militar, é ainda em
1974 convidado para Vice-Presidente da Associação de Amizade Portugal / Guiné-Bissau
,associação que viria a constituir-se formalmente em 1977 e a cujo acto
eleitoral assiste Pedro Pires. Rogério Paulo e Duran Clemente são eleitos
Presidente e Vice Presidente desta Associação.
Foi Secretário-geral da
Assembleia do MFA sendo dela seu porta-voz depois do 11 de Março e até
Setembro/75 (Tancos).
Na data de 11 de Março/75 aos microfones da então
Emissora Nacional alerta o País, durante o noticiário das 13.00, da invasão do
RALIS e do golpe que Spínola perpetrava.
Os avisos feitos são fundamentais ao alertar os
próprios militares envolvidos em eminente confronto junto ao RALIS
(paraquedistas e artilheiros).
Está pouco divulgado que por esta acção é dos raros
oficiais que no período revolucionário é formalmente “louvado” pelo Chefe do
EMGFA e Presidente da Republica /General Costa Gomes.
Mantém-se firme nos seus princípios e convicções no
período mais conturbado do PREC, nomeadamente no chamado “Verão quente”
revelando-se como “gonçalvista” assumido.
Quis o destino que
fosse a última voz do Movimento das Forças Armadas (revolucionário) em 25 de
Novembro de 1975, ao defender a revolução nos ecrãs da Televisão.
Após este acontecimento recusou submeter-se ao mandato
de captura e ser preso no Portugal democrático.
Esteve ausente do país, exilado em Cuba e na R. P.
Angola durante dez meses. Regressou em 9 de Setembro de 1976, foi
expulso administrativamente do Exército. Foi reintegrado, quatro anos depois,
por decisão Judicial, após amnistia, sendo promovido a Major e posteriormente
reformado "compulsivamente".
Três anos
depois de ter sido aprovada( em 1999 ) a
Lei que impôs a reconstituição das carreiras aos militares que pela sua
intervenção em 1974 e 1975 foram afastados e “perseguidos”, ascendeu ao posto de Coronel (reformado) .Posição que
deveria ter desde 1991 e que a Lei só repôs em 2002.
Exerce, desde 1977, ou
seja nos últimos trinta e cinco anos, a actividade de consultor na área de
administração, gestão, planeamento e organização e desenvolvimento
regional, tendo apoiado a cooperação portuguesa na Guiné-Bissau onde
chegou a ser consultor por parte da Comissão da União Europeia num programa
especial de dinamização ao desenvolvimento.
Antes
disso e através dum Gabinete de Estudos Económicos (SNEDE/Sociedade Nacional de
Empreendimentos e Desenvolvimento Económico, S.A) foi, entre 1978 e 1987,director
de projectos de desenvolvimento. Colaborou ainda em 1980,com Mário Murteira
num curso de formação de quadros superiores, em Cabo Verde.
Foi desde 1991/2011 (durante mais de 20 anos) colaborador
e adjunto da administração da Câmara
Municipal do Seixal.
Foi membro do Conselho de Administração da CDR,Agência
de Desenvolvimento Regional de Setúbal.
Ainda é, sem qualquer remuneração, membro da Direcção
da Associação Parque Industrial do Seixal e da Associação Ambiental (AEERPPAS)
ligada a esta autarquia.
Foi candidato à Assembleia da Republica, pelo círculo
de Setúbal pela CDU, em 1999.Em Setembro de 2001,substituiu Octávio Teixeira, cedendo
esta posição ao candidato seguinte, Bruno Dias.
Foi autarca eleito, durante 12 anos como Presidente
da Assembleia de Freguesia em Santa Catarina – Lisboa, pela Coligação
PS/PCP.
Foi candidato por esta coligação PS/PCP em 2001 à
Câmara Municipal de Lisboa. Em consequência foi Vereador (substituto), na
oposição (2001/2005), nesta autarquia.
É membro e activista, fundador do Movimento cívico
"Não Apaguem a Memória"
tendo sido considerado arguido e julgado (e absolvido) em Tribunal a 21 de
Dezembro (2006) por uma acção de protesto, em 5 de Outubro de 2005, junto
das antigas instalações da PIDE/DGS, por se expor, indignado, ao branqueamento
do significado da transformação urbanística, ali em curso, em plena Rua António
Maria Cardoso, de trágica " má memória".
Em Março de 2007 foi eleito para a Presidência do
CPPA, Conselho Português para a
Paz e Cooperação e reeleito em 2013
É associado, desde a sua fundação, da Associação 25 de Abril.
É fundador da Associação Conquistas da Revolução
constituída em 2011, sendo eleito membro da sua Direcção e designado coordenador
da sua “Folha Informativa”. Renunciou a estas actividades em Setembro de 2014.
Por ocasião dos aniversários da Revolução já realizou
centenas de intervenções em Escolas e Sessões Públicas em autarquias,
colectividades e associações por todo o país.
No mesmo sentido fez intervenções junto da emigração
portuguesa em Paris, Bruxelas, Espanha, E.U.A, Cabo Verde, Guiné/Bissau e
Angola.
É autor do livro “
Elementos para a Compreensão do 25 de Novembro “, Edições Sociais, 1976.
É co-autor do livro “30 anos do 25 de Abril “
(painel “a conspiração na Guiné”),
edição Casa das Letras, 2005,coordenado por M. Barão da Cunha, e da
brochura “ O Paradoxo do Militar Libertador: da Guerra Colonial ao 25 de
Abril” apresentado na Universidade de Saint Dennis em 1999.
É autor de diversos artigos e intervenções na
comunicação social, escrita e falada, destacando-se os últimos
artigos "Não Apaguem a Memória -Se arguidos somos todos,
todos fomos absolvidos" e "Pode nascer um
país" ( do ventre duma chaimite ) este, citando o poeta Ary dos Santos,
numa alusão ao país que queríamos ser e ao que somos,"Reconciliação
connosco próprios...no 25 de Abril: E hoje? E ainda “Economia Real versus Economia
Virtual/O ultraliberalismo Global e a Crise Europeia”, “O estado Social e o
Neoliberalismo” e “Urbano Tavares Rodrigues, até já amigo.”
Apresentou
à Conferência da Paz/CPPC (7.12.2013) e à Convenção Democrática Nacional (8.12.2013)
a comunicação “25 de Abril-Sonho, Luta, Revolução e Esperança”.
Editou
recentemente a brochura ”A Guiné, o 25 de Abril e o reconhecimento da sua
independência”.
No
passado dia 22 de Fevereiro, por ocasião do 131º aniversário da Voz do
Operário, esta instituição, como faz todos os anos, distinguiu-o com a homenagem
de personalidade de mérito “pelo reconhecimento do seu importante papel no
desenvolvimento da revolução do 25 de Abril (que este ano comemorava o 40º
aniversário) bem como a luta em defesa dos trabalhadores e do povo, pela
Dignidade, Liberdade e Democracia.” (citando excerto da carta da Direcção da
VO).
Colaborou
na edição dos Livros “Conquistas da Revolução” e de “Vasco,nome
de Abril” publicados
pela Associação Conquistas da Revolução, respectivamente em 23 de Abril e
18 de Julho, deste ano de 2014, quando ainda era seu director e membro do grupo
de trabalho de edição..
…………………
Novembro.2014
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