O 25 de Novembro
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Antecedentes próximos:
1. Há uma agudização
do ataque do “grupo dos nove” à esquerda militar muito acentuada após a falsa
Assembleia do MFA de Tancos em Setembro, onde foi destituído V.Gonçalves e onde
Pinheiro de Azevedo, até aí com atitudes mais esquerdistas que os
“gonçalvistas”, que se passa, com boa dose de oportunismo, para o lado dos
“nove” e é nomeado PM.A esquerda militar resolve então criar forma de suster um
ataque da direita uma vez que tudo apontava nesse sentido. Por outro lado
sabendo da instabilidade de Otelo e que este poderá cair nalguma precipitação,
que dê aso à reacção dos “nove”, consegue a nomeação dum Vice-Chefe do Estado
Maior do Copcon, um militar mais moderado, o Tenente -Coronel Arnao Metelo. Pelo
PS e pelo grupo dos nove e alguns militares esteve em marcha um golpe de estado
com deslocação dos poderes para o Porto. Tal estava previsto para antes do 11
de Novembro, data da Independência de Angola, daí a esquerda militar apenas se
limitar a preparar-se defensivamente. Essa defesa é aproveitada para em 25 de
Novembro ser considerado o seu golpe e a justificação que os nove esperavam. Na
realidade é que, da esquerda, não havia nenhum plano de ataque, nem nenhum
chefe operacional, nem nada do que acabou por vir a lume após o dia 25. José
Gomes Mota volta a explicar no seu livro “A Resistência” quem estava a elaborar
um plano de ataque comandado por Ramalho Eanes. O plano dos Coronéis contra os
capitães mais genuínos do 25 de Abril. Juntaram-se provocações com cortes de
estrada, em Rio Maior, principalmente estimulados pela CAP (Confederação dos
Agricultores Portugueses)
2. Outras
provocações para irritar a esquerda são muitas, tais como o vandalismo civil no
Verão quente do MDLP em resposta aos ingénuos actos indisciplinares dos SUV, a
destruição à bomba do emissor do RR,etc.etc. Delas destacam-se.
Contra a vontade de Costa Gomes, Pinheiro de Azevedo
auto proclama suspenso o seu governo ( VI gov.) de forma patética e teatral.
Isto vem a acontecer a 20 de Novembro e a decisão além de agradar aos nove e à
direita tem a característica de se apoiada por James C.Lowenstein, adjunto de
Kissinger nos EUA.
Como estas tentativas(e já
falaremos do Regimento de Pára-quedistas de Tancos) não resultaram “os nove” e seus aliados tentam
a sua última cartada: a destituição de Otelo de comandante da RML e sua
substituição por V.Lourenço e bem assim exigida pelo PM a demissão de Fabião de
CEME.
A agudização da conjuntura continuou a acentuar-se com
pormenores que não cabem nestes comentários.
3.Os Pára quedistas-Regimento de Tancos e não só.
Após ter sido ordenada a dinamitagem da RR os pára-quedistas
não gostaram de ter sido mais uma vez instrumentalizados a quase totalidade
repudiou (em 8 de Novembro) o acto e quiseram ficar sob as ordens do Copcon. Não
aceitavam virar as armas contra a população e ir no engano de outros “11 de
Março”. Após várias peripécias à volta do descontentamento dos pára-quedistas,123
oficiais abandonaram a Base numa manobra encetada por Morais Silva e os “nove”.Para
estes já não se trataria de um acto de indisciplina.Esta só era provocada se “o
sujeito” fosse de esquerda.Então O CEMFA dá o golpe de mestre.Em 19 de Novembro
faz passar a licença registada (demissão) cerca de dois mil e quinhentos
pára-quedistas.Na prática extingue a BETP (A Base Especial de Topas Pára-quedistas
de Tancos.) Os sargentos e soldados reagiram ,sublevaram-se e declaram não
obedecer à hierarquia.
A
reacção destes efectuada na noite de 24 para 25 de Novembro é o golpe do 25 de
Novembro para o grupo dos nove e para a direita.
Nota:Durante
este período as populações chegaram a levar comida aos pára-quedistas e estes
viram os seus vencimentos abatidos.
MDC
https://youtu.be/tMmqaFR2iVE
https://youtu.be/tMmqaFR2iVE
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