segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O 25 de Novembro (4) Antecedentes próximos:

O 25 de Novembro (4)
Antecedentes próximos:

 1. Há uma agudização do ataque do “grupo dos nove” à esquerda militar muito acentuada após a falsa Assembleia do MFA de Tancos em Setembro, onde foi destituído V.Gonçalves e onde Pinheiro de Azevedo, até aí com atitudes mais esquerdistas que os “gonçalvistas”, que se passa, com boa dose de oportunismo, para o lado dos “nove” e é nomeado PM.A esquerda militar resolve então criar forma de suster um ataque da direita uma vez que tudo apontava nesse sentido. Por outro lado sabendo da instabilidade de Otelo e que este poderá cair nalguma precipitação, que dê aso à reacção dos “nove”, consegue a nomeação dum Vice-Chefe do Estado Maior do Copcon, um militar mais moderado, o Tenente -Coronel Arnao Metelo. Pelo PS e pelo grupo dos nove e alguns militares esteve em marcha um golpe de estado com deslocação dos poderes para o Porto. Tal estava previsto para antes do 11 de Novembro, data da Independência de Angola, daí a esquerda militar apenas se limitar a preparar-se defensivamente. Essa defesa é aproveitada para em 25 de Novembro ser considerado o seu golpe e a justificação que os nove esperavam. Na realidade é que, da esquerda, não havia nenhum plano de ataque, nem nenhum chefe operacional, nem nada do que acabou por vir a lume após o dia 25. José Gomes Mota volta a explicar no seu livro “A Resistência” quem estava a elaborar um plano de ataque comandado por Ramalho Eanes. O plano dos Coronéis contra os capitães mais genuínos do 25 de Abril. Juntaram-se provocações com cortes de estrada, em Rio Maior, principalmente estimulados pela CAP (Confederação dos Agricultores Portugueses)

  2. Outras provocações para irritar a esquerda são muitas, tais como o vandalismo civil no Verão quente do MDLP em resposta aos ingénuos actos indisciplinares dos SUV, a destruição à bomba do emissor do RR,etc.etc. Delas destacam-se.
Contra a vontade de Costa Gomes, Pinheiro de Azevedo auto proclama suspenso o seu governo ( VI gov.) de forma patética e teatral. Isto vem a acontecer a 20 de Novembro e a decisão além de agradar aos nove e à direita tem a característica de se apoiada por James C.Lowenstein, adjunto de Kissinger nos EUA.
Como estas tentativas(e já falaremos do Regimento de Pára-quedistas de Tancos)  não resultaram “os nove” e seus aliados tentam a sua última cartada: a destituição de Otelo de comandante da RML e sua substituição por V.Lourenço e bem assim exigida pelo PM a demissão de Fabião de CEME.
A agudização da conjuntura continuou a acentuar-se com pormenores que não cabem nestes comentários.

3.Os Pára quedistas-Regimento de Tancos e não só.

Após ter sido ordenada a dinamitagem da RR os pára-quedistas não gostaram de ter sido mais uma vez instrumentalizados a quase totalidade repudiou (em 8 de Novembro) o acto e quiseram ficar sob as ordens do Copcon. Não aceitavam virar as armas contra a população e ir no engano de outros “11 de Março”. Após várias peripécias à volta do descontentamento dos pára-quedistas,123 oficiais abandonaram a Base numa manobra encetada por Morais Silva e os “nove”.Para estes já não se trataria de um acto de indisciplina.Esta só era provocada se “o sujeito” fosse de esquerda.Então O CEMFA dá o golpe de mestre.Em 19 de Novembro faz passar a licença registada (demissão) cerca de dois mil e quinhentos pára-quedistas.Na prática extingue a BETP (A Base Especial de Topas Pára-quedistas de Tancos.) Os sargentos e soldados reagiram ,sublevaram-se e declaram não obedecer à hierarquia.

A reacção destes efectuada na noite de 24 para 25 de Novembro é o golpe do 25 de Novembro para o grupo dos nove e para a direita.

Nota:Durante este período as populações chegaram a levar comida aos pára-quedistas e estes viram os seus vencimentos abatidos.

MDC 

https://youtu.be/tMmqaFR2iVE

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