sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Porque Abril é o Futuro.(agradecimento à Voz do Operário)

AGRADECIMENTO   22.Fev.2014                                     VOZ DO OPERÁRIO


Boa noite.

1.-Deixai que me dirija em primeiro lugar à Direcção e restantes membros dos órgãos sociais desta casa para lhes dar os parabéns pelos 131 anos de vida da Voz do Operário.
Cento e trinta e um anos de sucesso ao serviço da educação e da cultura, do movimento associativo e do desporto, pugnando pela dignificação e elevação dos trabalhadores e dos seus associados.
É com grande satisfação, estamos certos, que aqui juntos, – militantes da liberdade, da solidariedade e do progresso – comemoramos esta efeméride e o seu digno e elevado significado.
A propósito da homenagem e do momento em que fui avisado.
Fiquei inquieto (e ainda estou) mas como poderia furtar-me a tão delicada honra quando outros valores se erguem em seu redor. Muito obrigado.
Confesso que sobre o meu papel, no arranque para o 25 de Abril e no desenvolvimento da revolução, até hoje, tem-me norteado a coerência “irrequieta” e a recordação, sempre presente, das minhas origens e da formação adquirida para uma permanente luta por uma sociedade mais livre e igualitária, justa e solidária.
Mas por não estar sozinho nessa peleja, não posso deixar de vos dizer, que se aqui sou homenageado recebo a vossa decisão sem hipocrisia e falsa modéstia, porque aceito convosco e vos agradeço representar tantos mil - de Abril - que muitas lutas travaram e que em luta continuam.
Tantos mil do Abril que vencerá, porque Abril é o futuro.
Só assim me sentirei bem comigo e convosco. Convosco comungando memórias e tradições e reflectindo sobre os tão inquietantes momentos da Democracia Portuguesa e do Povo Português! Do desconserto da humanidade, enfim do mundo!

2.-Aos presentes militantes de Abril e antifascistas, à minha companheira e filhos, familiares, amigos e camaradas, militares de Abril e outros militares igualmente lutadores, antigos camaradas autarcas, antigos companheiros dos Pupilos do Exército/”Quere é Poder” e companheiros da Associação Conquistas da Revolução…o nosso abraço e o nosso bem-haja pelo prazer e significado em ter-vos aqui.

3.-Mas se me permitem a “personalidade de mérito reconhecido” indubitavelmente merecedora de homenagem, e este ano ainda mais que nunca, só pode chamar-se “25 de Abril e o acto de libertação do heroico povo português” -encarnada num dos seus, de muitos fautores - dos quais me apetece salientar, de entre os militares coerentes, já falecidos, Vasco Gonçalves (o nosso Primeiro-ministro da Revolução e o mais insigne capitão de Abril), Rosa Coutinho, Costa Martins, Salgueiro Maia, Ramiro Correia, Nápoles Guerra, Rosário Dias, Bouzas Serrano …. e ainda, dos vivos, Varela Gomes, V.Costa Santos, José Emílio da Silva, Vicente da Silva e outros militares de Abril da minha geração–praças, cabos, sargentos e oficiais (e também milicianos).Nós comandámos mas sem estes nada se faria. E dos antifascistas civis, lutadores, perseguidos, presos torturados, persistentes combatentes como esquecer e não nomear Álvaro Cunhal, e o seu partido, na luta de décadas rumo à victória da liberdade e da dignidade do Povo Português e bem assim outros compatriotas, de vários quadrantes políticos , levantados do chão, lutando e resistindo? Por isso e acedendo ao pedido não posso deixar de evocar “o 25 de Abril”, a revolução, os seus quarenta anos e a actual situação. Não vou maçar-vos com longa dissertação. Todos aqui temos memória e consciência.
Houve 25 de Abril porque havendo ditadura, colonização, opressão, isolamento, obscurantismo, demagogia, um pesado policiamento das consciências, queríamos ser Livres, ter Paz, contribuir, com plena cidadania, para a construção do nosso futuro.
Os capitães, os militares, anos após anos, foram descobrindo que o inimigo não estava na mata tropical mas no Terreiro do Paço. Altas patentes militares e Governantes mentiam sem pudor. Paradoxalmente foi com a experiência da guerra, que souberam preparar com profissionalismo e competência a tomada do poder.
Há 40 anos Portugal redimiu-se numa noite e fez surpreendentemente, dum conjunto de jovens militares, emergirem capitães, timoneiros do povo armado e sob a égide dum povo unido erguer a mais bela das alvoradas, ponto de partida para a Revolução, para um processo revolucionário que, na base da aliança Povo/MFA, viria a produzir as profundas transformações económicas, sociais, políticas e culturais que dariam origem à Democracia de Abril, consagrada na Constituição da República Portuguesa de 2 de Abril de 1976.
A Revolução de Abril, ao pôr fim à ditadura fascista, abriu o caminho à participação dos cidadãos na vida pública, ao desenvolvimento económico, social e cultural dizendo não ao oportunismo, à corrupção, aos interesses ilegítimos dos grupos financeiros e sim à justiça social, ao direito ao trabalho, ao emprego, à saúde, à educação, à habitação, à paz, a mais futuro.

4.-O processo revolucionário foi um dos períodos mais belos e criativos da nossa história. As conquistas de Abril, entre o democratizar, descolonizar e desenvolver, preconizadas pelo Programa do MFA e aprofundadas pela aliança Povo-MFA, foram formalizadas por mais de duzentos diplomas legais, entre 1974 e 1976.
No entanto e na sequência do gravoso ataque a essas mesmas conquistas da “Revolução dos Cravos”, um ataque com décadas de existência, após o 25 de Novembro do nosso descontentamento, e agravado nos últimos três anos com a invasão da “troika”, Portugal e os portugueses vivem hoje a pior situação política, económica, social e cultural após o 25 de Abril.
Os desencantos de hoje e respectivas frustrações nada têm a ver com o 25 de Abril. Os desencantos de hoje e respectivas frustrações são fruto duma coligação de interesses e conjugação de factores internos e externos a jusante da essência e natureza dum sistema predador responsável pela miséria, pela fome e pela doença de milhões de seres humanos. Chama-se: “capitalismo”, neoliberalismo, ultraliberalismo ou simplesmente “mercado”. O mesmo sistema que, com a mentira, a ganância e o virús mortal da austeridade, está hoje a destruir as Liberdades e as Democracias e perigosamente a lançar as bases do recrudescimento duma extrema – direita fascista por diversos locais da Europa e do planeta.
Quem deixou, quem permitiu (como e quando?) que seja o “mercado” e seus tiranetes a mandar em nós? Há anos que vimos afirmando que o sistema gera desumanas situações socioeconómicas, com uma aparente e ilusória contrapartida de progresso económico, onde os ricos têm ficado cada vez mais ricos e os pobres, cada vez, mais pobres.
A economia social foi estrangulada e a vertente financeira (especulação) sobrepõe-se à vertente produtiva (economia real).Esta é a essência da crise: A banca e a alta finança a comandar a política como antigamente, na ditadura derrubada. Só que agora com novos trunfos.
Foi assim, com este mando do “mercado”, a subserviência e trapaça destes governantes, nacionais e europeus, que se chegou a esta situação de crise nacional, europeia e internacional pretendendo, os mandantes, curar as doenças com “remédios falsos” e insistindo na receita: *completa e cega submissão aos números, *desprezo pela pessoa e famílias, *austeridade geradora de recessão da economia, * as mais altas taxas de desemprego e pobreza, *jovens empurrados para a emigração, *generalização da precariedade, *quebra dos salários e redução das pensões dos reformados, *despudorada e injusta carga fiscal, *feroz ataque ao direito ao trabalho, *grave contenção dos legítimos direitos na saúde, na segurança social, na educação e na justiça. Enfim, firme ensejo de destruir por completo o Estado-Social construído à custa de intensas lutas de tantos anos.
Os diplomas dos governos revolucionários de Vasco Gonçalves defendiam e consolidavam os direitos básicos dos cidadãos. Hoje, ao invés, as leis do mercado e as leis dos mandantes, subvertem e matam os direitos básicos dos trabalhadores e do povo.
Mas está na natureza destes governantes e na sandice da sua demagogia oficial, sem vergonha, declarar: “a vida das pessoas não está melhor mas o país está melhor”. Até onde pode ir o desprezo pelas pessoas e o desconhecimento do país real? Até onde vamos deixar ir esta afronta, esta violência?
Impõe-se derrubar este governo e suas políticas e recuperar a esperança que a madrugada libertadora nos trouxe, retomando os seus valores.

Queremos uma política que defenda o regime democrático, que edifique um Estado onde o trabalho, a solidariedade, a justiça e a cultura sejam pilares fundamentais, que coloque o desenvolvimento da economia ao serviço das pessoas, das novas gerações e do futuro do País.
Assim como a descolonização, foi obra da luta de libertação dos povos, teremos de invocar novamente esse terceiro “D” para nos descolonizarmos  da  troika e do neoliberalismo com a bravura e luta dum povo soberano de há quase 900 anos.

No 40º aniversário desta data especial estamos certos que lá estaremos – muitos, mas muitos mil - participando numa grande e calorosa festa de confraternização comemorativa e que será também forte protesto e a exigência da mudança necessária. O Povo Português não pode resignar-se e não se deixará vencer.
Estamos certos, o nosso 25 de Abril vencerá.

Porque Abril é o Futuro.

25 de Abril, sempre!    Obrigado                              
                             

M.Duran Clemente

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

LIBERDADE para PINTO e FIGUEIREDO (1975)



LIBERDADE para PINTO E FIGUEIREDO,eram títulos de jornais  (decorria 1975).

O que deu origem a uma manifestação no Parque Eduardo VII..Dessa manifestação resultou a decisão dos manifestantes (umas largas centenas) irem  à Trafaria protestar junto dos portões da cadeia.Logo pressenti que isso ía acontecer.Sabia que nessa mesma prisão ainda estavam enclausurados algumas figuras do "ancien regime" ligadas ao golpe do 11 de Março.Desconfiei que tal acção podia causar problemas para a segurança da prisão;daí ter partido no meu carrol e ter chegado à Trafaria muito antes dos manifestantes e, depois de pedir para falar com o comandante, ter conseguido convencer Otelo Saraiva de Carvalho...[o resto vem a seguir ....]

      Para a história .
  • Luis Figueiredo- Não podendo estar presente, não quero deixar de me associar a esta justíssima homenagem ao Capitão de Abril, Duran Clemente e meu "oficial de recepção" à saída da Trafaria! Fraternais saudações!
  • Manuel Duran Clemente Foi  mais do que isso...fui lá dentro,da prisão da Trafaria , para onde se encaminhavam dezenas de carros com manifestantes do Parque Eduardo VII,e falei com o Comandante da prisão e com Otelo Saraiva de Carvalho,pelo telefone, e este cedendo ao meu argumentário deu ordens para que os dois (furriel e cabo...???) fossem.Luís Figueiredo era um deles.Fiquei com a fama de ser o comandante dos SUV .Mas não era.Podes contar a história... Luís Figueiredo  para sabermos dos antecedentes!!!    [VER DIARIO DE LISBOA DESSA DATA (1975)....em que graças à noticia do Ribeiro Cardoso que me inquiriu "ah ..então é o comandante dos SUV???!!!"...respondi a verdade "NÃO TENHO A HONRA DE SER"...mas da fama nunca me livrei]

  • Luis Figueiredo Meu estimado Capitão de Abril: reponho a verdade das hierarquias- eu era o furriel, o Pinto era o cabo! A estória começa Na EPI de Mafra, para onde fui destacado, em Outubro de 1974, após o meu curso em Tavira. Refiro que antes do 25 de Abril, após a minha saída de Peniche, fui recambiado para Penamacor, onde a Revolução me foi encontrar, raso, mas vivo. Após as necessárias amnistias, ingressei na classe de furriéis, como disse atrás. Então, em Mafra, após o glorioso 11 de Março, as coisas começaram, como sabe, a azedar. Não é necessário explicar por quê: todos sabemos da história! A mim e a outros coube fazer a defesa dos ideais da Revolução de Abril e perante o que se preparava, no meio de tanta confusão, lançar à classe dos soldados e sargentos apelos veementes no sentido de desmontar o golpe que se avizinhava por parte da direita militar e dos seus ideólogos sociais-democratas! Os SUV de que fala estavam bem activos e participavam estóicamente no agudizar das situações. Mas, nós éramos de outra raça! E assim, fizémos distribuir um panfleto apelando à unidade na defesa do MFA e do prosseguimento da Revolução, combatendo o golpismo visível nas Assembleias do MFA naquela Unidade. Mas, o clima era já outro e coube-nos "pagar as favas", havia que encontrar "o inimigo" e esse, pela coerência, éramos nós! E assim, um triunvirato composto pelos srs. General Trindade, Cap. Hilário e Cap. Vaz Antunes, fizeram-nos a folha, porque apanharam um resto de panfletos no gabinete onde "geríamos" o apoio social aos soldados da unidade (conhecido pelo gabinete dos comunas, entre os "democratas" da EPI). Resultado: Furriel Figueiredo, 10 dias, cabo Pinto, 15 dias, fora as ameaças...E assim, pela minha parte, coube-me o "privilégio" de estar preso antes e depois de Abril por motivos políticos. O resto, contou e bem, o meu estimado Capitão de Abril e confirmo o que disse que, aliás tive oportunidade o ano passado de relembrar e afinar a memória, que nele é "mastodôntica" e ainda bem para que o esquecimento, não se transforme na arma da reacção! Um grande abraço e votos que continue a dar-nos o prazer das suas opiniões!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

VOZ DO OPERÁRIO -a propósito duma simples homenagem ao "25 de Abril"

"VOZ DO OPERÁRIO -a propósito duma simples homenagem ao 25 de Abril"

[A presença de VARELA GOMES foi para mim uma grande honra e alegria]

Obrigado Camarada e Amigo Guilherme Antunes pelo teu texto/reportagem seguinte!!!
FOI BONITA A FESTA, PÁ

Hoje à noite a sala da Voz do Operário esteve cheia. Esteve lá malta que viu a Revolução dos Cravos ao vivo, que por lá andou a saltar, de um lado para o outro, e a vitoriar o MFA nas ruas da capital. Esteve lá gente que a realizou, com uma coragem inexcedível. Mas estiveram lá, também, muitos outros, que nem pensavam ser nascidos naquele Abril de 74.

Todos unidos nos encontrámos naquele vetusto e belo salão, em fraterna e imensamente justa (e devida) homenagem ao coronel Duran Clemente, um dos mais intrépidos oficiais do MFA e, igualmente, um dos mais carismáticos. A imagem do capitão Clemente naquele momento televisivo, que todos recordaremos para sempre, é o final da participação revolucionária do MFA.

Foi muito simpático a direcção da Voz do Operário querer, no seu próprio aniversário (131 anos), associar-se a um símbolo felizmente vivo, do que foi a gesta revolucionária numa das datas mais gloriosas da nossa portugalidade. Em minha opinião a mais destacada da nossa História.

Igualmente vibrante foi a presença, por momentos, logo se retirando, do coronel Varela Gomes que quis, pessoalmente, abraçar o homenageado. A sala, de pé, aplaudiu o antigo comandante da 5ª Divisão, essa força avançada da Revolução na luta ideológica, departamento que suscitou, mais do que nenhum outro, os ódios mais animalescos e os ataques mais rasteiros do fascismo “democrático”, que emergiria com os “novembristas” pactuantes.

O que ali aconteceu, esta noite, não foi um mero ajuntamento de homens, mulheres e jovens, de todas as idades, para celebrar uma efeméride caduca. Não, não foi! O que ali nos juntou, a todos, foi o ânimo muito caloroso de encararmos o presente com a necessidade do recrudescimento da luta e com a certeza que o futuro de Portugal é escorraçar o laranjismo fascista e a podridão jactante de um P”S” neo-liberal vocacionado para a traição, o que é, aliás, o seu destino histórico.

O que Duran Clemente nos quis transmitir, foi a urgência de lutar mais, de lutar melhor, de que o povo deve elevar mais a sua consciência de classe. Ele e todos os que o acompanharam nesta justa homenagem, estão disponíveis, sabem que têm razão e querem vincar muito bem que os ideais do 25 de Abril de 1974 ESTÃO VIVOS!

Obrigado, Manuel Duran Clemente.

GUILHERME  ANTUNES
Olga Tremoulet Clemente Alves António Couvinha Catarina Casanova Catarina Lopes Martins José Mouga Carlos Braga Carlos Fonseca Ester L. Cid Filipa Gonçalves Zá Rubim Mariana Valente Natália Lourenço Augusto Neves Fernando Decq Motta Rita Medinas Rocío Ramos Xosé Collazo Castro
Não gosto ·  · Promover · 






  • Manuel Duran Clemente REPRODUZINDO OS COMENTÁRIOS DA PAGINA DO GRANDE AMIGO GUILHERME ANTUNES e os meus agradecimentos a todos :

  •  Xosé Collazo Castro Homenágen merecido. Parabéns!. Durãn Clemente, capitão de abril foi uma figura central que manteve sempre a lealdade aos principios do 25 de Abril, ao MFA e ao povo português. O povo galego está orgulhosso de que este capitão (coronel) seja filho também do povo galego (seus pais erão desta nação irmã de Portugal..). Com os capitães heróis e combatentes como ele a "Revolução dos cravos" permanecerá no coração e memória dos povos. Obrigado por me identificar, cda Antúnes. Obrigado pela tua fidelidade e exemplo de coerência companheiro coronel Manuel Durão Clemente!
    [OBRIGADO Xosé.A minha mãe é que nasceu em Redondela.O meu pai é do Fundão.MDC]

    Aldina Miranda que pena que tive de não estar lá, mas ninguém a quem perguntei me deu indicações de como chegar e ficar para o dia seguinte, pois Aveiro ainda fica longe, e eu conheço mal Lisboa, mas pronto, fica para a próxima !!!
    [Aldina é nome de minha mãe.Os amigos ausentes estiveram em espírito connosco.Bejinhos.MDC]

    António Couvinha Justa homenagem! [OBRIGADO:ABRAÇO MDC]

    Samuel Quedas Ora aqui está uma festa a que tenho pena de não ter podido assistir!!!
    Fica a "consolação" de ter contribuído, arranjando a música do Hino do MFA, na rara versão cantada que, pelo que percebi, estava difícil de arranjar… 
    [GRANDE ABRAÇO SAMUEL.OBRIGADO.MDC]

    Filipa Gonçalves Viva o 25 Abril (1974). Viva Manuel Duran Clemente. Obrigada.
    [BEIJINHO.OBRIGADO.MDC]
    Olga Tremoulet Eu estive presente e realizei porque me sinto tão bem, neste grupo de amigos e companheiros de luta. Respirámos Abril, cantámos Abril (cantámos, a Marcha do MFA), dissemos da nossa fidelidade aos seus ideais, renovando a vontade de recuperar todas as suas Liberdades e Conquistas. Fomos muitos, Povo Civil e Militar. E neste grupo, fez-se, a justa homenagem ao Capitão de Abril, Manuel Duran Clemente, um Amigo que tem feito da sua Vida uma Luta por um Portugal melhor, trouxe-nos Abril de 1974, lutou por ele, foi o símbolo angustiado que nos comunicou o fim, de Governos a governarem para e com, o Povo. Desde então, não mais deixou de lutar para restituir a este Povo, as suas Liberdades e Conquistas. Esta homenagem, para mim, vale um dos amores da minha Vida, a Revolução do 25 de Abril de 1974 e tudo o que se lhe seguiu, até portugueses traidores, terem aberto as portas ao Capitalismo! Viva Abril, Abril não morreu e não morrerá! Abraço Capitão Duran Clemente, obrigada.[OBRIGADO OLGA.BEIJINHOS.MDC]

    Elsa Sofia Marques Cunha E o k. Esta a fazer falta outra vez ( outro 25 de. Abril....) 
    Abaixo fascismo e governos de Direita. [BEIJINHO:MDC]

    Carlos Fonseca Com muita pena minha não pude estar presente nesta bonita festa de homenagem ao nosso coronel Duran Clemente um dos mais carismáticos capitães de Abril. A presença do coronel Varela Gomes no abraço ao homenageado deve ter sido emocionante.[OBRIGADO,VARELA GOMES É UM GRANDE PORTUGUÊS e UM GRANDE REVOLUCIONÁRIO COM QUEM APRENDI MUITO.UM DOS MEUS MAIORES AMIGOS.ABRAÇO MDC]

    Obrigado camarada Guilherme Antunes, por esta vibrante descrição do acontecimento, ficou como se lá estivesse presente.

    A minha saudação fraterna para Manuel Duran Clemente.

    Olga Tremoulet Faltou-me referir o quanto gostei do discurso do Capitão Duran Clemente, nele a evocação de tantos de que nos honramos. A presença do Coronel Varela Gomes, uma anciã figura, lúcida e crítica, homenageando o Capitão Duran Clemente, levou-me a imaginar quanto deve ser fundamental, a amizade e fraternidade que une os militares da 5ª Divisão.[´É VERDADE.JÁ O DISSE.OBRIGADO OLGA.MDC]

    Teresa Losada Foi uma justa e linda homenagem a um grande Sr. de Abril, gostei de ter estado presente, gostei de ter cantado contigo e com as amigas que nos acompanharam, foi uma das noites que vou reter na memória.
    [OBRIGADO.BEIJINHOS TERESA.MDC]

    António Manuel Silva Santos Na minha terra,não há a voz do operário..e os eventos que se realizam..é o clube da terra as vitórias festejar..e do turismo de baixo custo se orgulhar..homenagear homens e mulheres..que a Liberdade nos deram,e as cataratas do cerebro tiraram..só uns quantos se fazem representar..ao Sr.Coronel Duram Clemente..do fundo do meu coração lhe quero agradecer..pela liberdade me dar..e aos oportunistas da liberdade burguesa..não se vender.abraço..
    [OBRIGADO.ABRAÇO.MDC]

    Odete Sanguessuga Garcia Que justa homenagem,apesar de não ter estado (muita pena) mas senti a emoção mesmo à distancia,sempre admirei muito este nosso capitão,bem haja quem organizou a homenagem e parabéns à Voz operária!
    [OBRIGADO.BEIJINHOS.MDC]
    Ester L. Cid Ontem, precisei expressar junto do nosso querido camarada e amigo Manuel Duran Clemente, o orgulho que tenho em ser sua amiga e camarada, precisei dizer-lhe o quanto gosto dele e o que ele significa para mim, enquanto militante comunista e mulher de Abril, precisei dizer-lhe o muito que me fez feliz esta bela iniciativa da Voz do Operário,esta merecida homenagem a um grande homem que ficará sempre no coração das gentes que amam a vida e a Liberdade e que bom foi sentir a sua amizade e o seu carinho.

    Obrigada, camarada Guilherme Antunes, por me teres identificado nesta publicação, e principalmente por me/nos teres trazido o teu olhar, porque o meu coração esteve lá ,em cada cravo vermelho, na voz de cada camarada, e em cada punho (a)braço cúmplice. 
    Na hora que decorria o jantar, tinha o meu neto de três meses ao colo, e com lágrimas no olhar cantei quase em sussurro o hino do MFA.
    [GRANDE BEIJINHO ESTER e MUITO OBRIGADO.MDC]

  • Guilherme Antunes Eu "ouvia-te", camarada.

    Ester L. Cid Acredito que me tivesses "ouvido" camarada. Pois eu também aqui vos senti, e nisso nós comunistas sabe mo-lo fazer melhor que ninguém.
    há 9 minutos · Editado · [OS AMIGOS E CAMARADAS AUSENTES ESTIVERAM TAMBÉM CONNOSCO.ABRAÇOS .MDC]



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A Guerra Colonial, contada, na primeira pessoa…


A Guerra Colonial, contada, na primeira pessoa…
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A história dum gesto afectuoso contada por um familiar dum militar vitima dessa guerra!A quem respondi:
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Obrigado Amigo, esse rapaz, era um diligente militar, Cabo no Batalhão de Intendência da Guiné/BIG, onde (1973/74) fui segundo comandante, sendo comandante o então Major Bravo Ferreira, homem bom. Esse jovem militar foi numa missão ao porto fluvial de Cufar (Destacamento de Intendência do BIG,na zona) num barco que para ali levou mantimentos, para abastecimento das guarnições da região. Nos vários transportes na viatura (jeep), entre o barco e os armazéns durante o dia, nada aconteceu. Num dos últimos trajectos a viatura passou por cima duma mina , certamente colocada entretanto, mas a potência da mesma era tal que cavou um buraco do tamanho do “jeep” e matou de imediato quatro dos cinco militares. Pela sua constituição, o quinto, o nosso amigo, ficou muito ferido e foi transportado de helicóptero para o Hospital de Bissau, onde esteve 52 dias em coma!!!
Recebi as últimas cartas dos pais e da mãe que lhas li no hospital nas visitas quase diárias.Os pais assustados não percebiam a razão de não receberem correio nos últimos 50 dias. Fui preparando os pais para o que se adivinhava ser um fim infeliz, mas ainda com alguma esperança.
O pior aconteceu. Fui chamado ao hospital quando ele faleceu. Não resisti a dar-lhe o beijo de despedida na testa gelada pelo desconserto da humanidade.

O meu gesto foi um gesto de pai e de mãe.
Muitos de nós devemos ter tido essa reacção ao ver vidas jovens ceifadas por uma política imbecil.

PARA HAVER 25 DE ABRIL MUITOS MORRERAM.MAS FORAM AS SEMENTES DA REVOLTA E DA LIBERDADE!!!
OBRIGADO.
HOMENAGEM A TODOS OS QUE MORRERRAM OU FICARAM DIMINUIDOS POR UMA ESTUPIDA GUERRA COLONIAL.

Manuel Duran Clemente, Coronel SAM ref.

Em resposta a esta mensagem:

«Olá Duran Clemente! Envio-lhe um abraço do Bravo Ferreira(coronel), com quem estive 15 dias em S.Pedro de Muel nas termas, a ver se me safo dos meus achaques! Ele pediu-me que lhe enviasse um abraço e aqui estou a cumprir a promessa! Soube também por ele, uma coisa que me emocionou muito: a morte de um rapaz de Muge, que morreu em vésperas de vir para a metrópole, e a quem o Sr. deu um beijo, dizendo: "Este beijo, é o da tua mãe!" O rapaz… era filho de uma família minha amiga de Muge e que não escrevia desde há muito à mãe, e que ele a meu pedido, fez o favor de encontrar! O seu gesto, contado pelo meu primo, reflecte o seu carácter, e a fibra dos grandes homens! Bem haja e um abraço de amizade e reconhecimento também, do Carlos Ramalho.»

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O AJUSTAMENTO e os três “D”: Desigualdade, Desemprego, Desastre.


O AJUSTAMENTO e os três “D”:  Desigualdade, Desemprego, Desastre.
….
“O programa do MFA, há quarenta anos, impôs outros três “D”: Democratizar, Desenvolver e Descolonizar.”
…..
Há três anos, quando este governo inicia o seu reinado a visão dominante sobre a crise portuguesa seguia de perto a narrativa da crise grega. O crescimento da despesa pública durante a última década era considerado o responsável pela perda de competitividade da economia, endividamento excessivo e baixo crescimento do País.
Este tenebroso governo português cedo manifestou a intenção de «ir além da troika»: medidas mais duras para um ajustamento em menos tempo. Mas este ponto de vista chocava com os factos. A despesa pública não acelerou na última década. Entre 2001 e 2011, a taxa de crescimento da despesa pública foi metade da verificada na década anterior e foi até a mais baixa desde a segunda guerra mundial.
Depois de 2000, o que aconteceu foi uma baixa do crescimento do PIB nos países ocidentais, que devido às nossas condições foi mais marcada entre nós. O abrandamento resultou de causas externas, como a emergência da China, o aumento do preço das matérias-primas e a crise financeira, e não de causas internas. 
A diminuição do crescimento foi a causa dos problemas de contas públicas e não o contrário. 
O atual Governo ignorou este facto e alinhou a sua estratégia com a visão de que a única questão a resolver era o problema de contas públicas. Assim pensaram.
Diminuindo a despesa pública  corrije-se o défice público e garantindo a redução da despesa interna e da procura de trabalho, pelo aumento do desemprego, conduz-se à diminuição dos salários. A redução da procura interna substituiria a desvalorização, contribuindo para reduzir as importações e para aumentar a competitividade, pela redução dos salários, promovendo uma aceleração das exportações.
A tese do empobrecimento
A austeridade resolverá todos os desequilíbrios e promoverá a retoma do crescimento.
Só empobrecendo e reduzindo salários se voltará ao crescimento. A austeridade resolverá todos os desequilíbrios e promoverá a retoma .
Nesta estratégia, adoptada pela troika e pelo Governo, a única coisa que podia falhar era o mercado de trabalho. Daí a prioridade dada à reforma da Lei Laboral e à liberalização dos despedimentos para evitar atrasos na descida dos salários e a redução dos custos unitários .A realidade acompanhou a teoria na redução da procura interna, gerou aumento do desemprego e descida dos salários e custos unitários de trabalho .
O ajustamento no mercado laboral foi forte, mesmo antes da nova lei laboral. Os custos unitários desceram fortemente ao longo de 2012 e2013.
O que falhou? A redução dos custos unitários não foi acompanhada pelo aumento da taxa de crescimento das exportações. Pelo contrário, a redução dos custos unitários portugueses face aos dos países da UE foi acompanhada por um abrandamento do crescimento das exportações comunitárias e extra comunitárias. Isto é, (de 13,5%, em 2010 e 2011, para 3,9%, em 2012 e 2013). Parte deste abrandamento podia ser atribuída à crise europeia, No entanto, o crescimento das exportações extra-comunitárias caiu de 19% ao ano (entre 2010 e 2012) para 7%, nos primeiros nove meses de 2013. Isto dificilmente pode ser explicado pela crise europeia.
Apesar de mais fraco, o crescimento das exportações em 2012 e 2013 foi sustentado por sectores de capital intensivo, em que os custos laborais não são significativos, como os produtos refinados de petróleo ou o papel, expansão que resulta de grandes investimentos promovidos anteriormente.
A realidade mostra que a teoria do empobrecimento não resultou. Baseada sobretudo  na queda da procura interna e das importações, mais do que na expansão das exportações, a correcção do défice externo aconteceu com pouco significado. Aconteceu em todos os outros países na mesma situação, como na Grécia e em Espanha, entre 2007 e 2013 onde esta redução do défice externo até foi maior do que em Portugal.
O resultado mede-se em queda do PIB e aumento do desemprego.
 O nível de recessão imposto à economia acabou por minar os esforços de consolidação orçamental. A redução do défice em 2012 e 2013 juntos foi metade da verificada em 2011.
 A economia caiu muito e o défice pouco.
 O empobrecimento da base fiscal assim o impôs. Apesar dos sacrifícios exigidos, o crescimento do rácio de endividamento não abrandou, puxado tanto pelo aumento da dívida como pela baixa do PIB.
A evolução dos últimos dois anos e meio salienta que o crescimento das exportações, o aumento da competitividade e o crescimento do PIB dependem hoje de fatores muito mais complexos do que apenas os custos salariais. O investimento interno está a cair há cinco anos e a baixa de salários não fez o investimento afluir a Portugal, apesar dos apoios do Estado e das isenções fiscais dadas aos grandes projetos. Logo se concluirá que o simplismo e crueldade da tese da austeridade e do empobrecimento não serve e sem investimento e modernização do aparelho produtivo as exportações não podem crescer.
Hipotecar o futuro.O País estava a gastar acima do que produzia” é a simplória linha justificativa da troika e do actual Governo. O País estava a gastar acima do que produzia.”Produzir menos” é algo que um país que está a gastar acima do que produz não pode fazer. 
Portugal está hoje a produzir ao nível do que produzia no início do século. 
O ajustamento seguido está a causar uma perda de capacidade produtiva. O País não está apenas a produzir menos num contexto de recessão. Nestes dois anos Portugal viu descer o seu PIB potencial. Portugal perdeu mão de obra, perdeu capital e perdeu confiança nas instituições. Os modelos de crescimento consideram sempre o stock de capital e de mão de obra como a base em que assenta o crescimento, a que se juntam as qualificações, tecnologia e qualidade das instituições como factores potenciadores
A base produtiva encolheu nos últimos dois anos e meio. Encolheu pela saída de mão de obra, como não se via desde antes de 1974. Encolheu porque, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, o país registou uma redução do seu stock líquido de capital.
Nestes últimos dois anos o stock de capital de Portugal caiu mais de dez mil milhões de euros e deverá continuar a cair em 2014 e 2015. Nas anteriores crises Portugal teve reduções temporárias do nível de investimento, mas nunca foram a um nível que implicasse uma redução do stock de capital da economia. 
Portugal tem pouco capital, é verdade. O stock de capital por trabalhador de Portugal é cerca de metade do da UE15 e isso reflecte-se na produtividade do País. Nos últimos quarenta anos aproximámo-nos da média europeia, subindo de 32%, em 1974, para 40%, em 1990, e 52% em 2010. Hoje, com o investimento a 56% do nível de 2001, estamos a andar para trás e a reduzir fortemente a capacidade produtiva da economia.
Pela primeira vez, Portugal teve uma década (2003-13) em que investiu menos do que na década anterior.
E isto é verdade tanto para o investimento público como privado. Ambos caíram quase 40% desde 2008.
 Para além de capital, Portugal também está a perder força de trabalho. Mais de 5% da força de trabalho saiu do País. Num país com baixíssimas qualificações, o fluxo brutal de emigração de jovens com elevadas qualificações para o estrangeiro tem de ser olhado com enorme preocupação. A esta perda junta-se a diminuição das entradas para o ensino superior. É uma redução de capital humano brutal. 
A retoma vai ser feita sem estes recursos, a partir de um patamar mais baixo e com pouco carburante.
É mais difícil medir o efeito do desinvestimento na ciência e inovação, ou a perda de confiança nas instituições nacionais. Mas estes estão a acontecer e vão cobrar um preço muito caro às gerações futuras. É preciso alterar as prioridades e perceber que só uma retoma sustentada pode permitir consolidar as contas públicas e estabilizar o endividamento. E que quanto mais tarde esta começar, mais baixo será o nível que o País terá como base para o crescimento futuro. 
O ajustamento seguido em Portugal está a ser desastroso. Não resolveu o problema do défice nem da dívida pública. E não conseguiu relançar o crescimento com a sua estratégia simplista de empobrecimento, pensada para um país que Portugal felizmente já não é nem pode ser. Afundar a economia não pode ser parte da solução, pois só agrava o problema. 
Os credores sabem disso mas o seu lucro é a usura desmedia dos juros que cobram com ajustamentos, com planos cautelares ou com o que quer que lhe chamem. A verdadeira crise é a alta Finança comandar a Politica

Manuel Duran Clemente