domingo, 22 de novembro de 2015

RTP: 25 de Novembro de 1975 1.Primeira intervenção de Duran Clemente (18h10)


RTP: 25 de Novembro de 1975
1.Primeira intervenção de Duran Clemente (18h10)
Foi dada ordem pelo Conselho da Revolução para que o Coronel Jaime Neves e os seus Comandos venham atacar os militares que neste momento, representando os seus interesses e os dos trabalhadores fazem deste emissor, da Radiotelevisão, uma voz ao serviço dos explorados e oprimidos deste país, isto é, ao serviço da revolução socialista.
Aguarda-se pela chegada duma comissão de militares de pára-queduistas do Regimento de Tancos para explicitar as suas razões.
Esta intervenção foi repetida

2.Segunda intervenção de Duran Clemente (19h35)
Boa noite, recebemos há pouco dois comunicados do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos e Metalomecânica do Distrito de Lisboa. MDC
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”Não à guerra civil e ao estado de emergência na região de Lisboa. Não há suspensão da Liberdade de expressão e de reunião. Não à repressão do movimento operário e dos Trabalhadores.”
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Alerta, metalúrgicos trabalhadores.
Não à divisão do país, à confrontação armada e à guerra civil. Não ao estado de emergência na área de Lisboa, primeiro passo para o corte das liberdades democráticas e para a repressão dos operários e trabalhadores.”
“A revolução está na hora decisiva. Operários, camponeses, soldados e marinheiros, unidos venceremos. A vitória é difícil mas é nossa. A Direcção.Lisboa,25 de Novembro de 1975,às 17h15.”
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Continuação da Intervenção de Duran Clemente
Queria também esclarecer o Povo Português que está preocupado ao ouvir-nos, que nós aqui no Lumiar, estamos perfeitamente bem. MDC
[Nota:o Regimento de Comandos já tinha estado nas proximidades do Colégio Militar, na 2ª circular, e enviou um Capitão para dialogar comigo nas instalações da RTP. Respondi-lhe que perdiam o seu tempo. Tinha vários edifícios com “basucas”, no telhado e as “chaimites” eram reduzidas a pó…A Alameda das Linhas das Torres estava barrada com autocarros da “Eduardo George” e uma confrontação militar seria um desastre.]…[Nesta ocasião já tinha deixado sair toda a Administração da RTP,neutralizada cerca das 15h00, e  presidida pelo então Major M.Pedroso Marques,( que se manteve retida cerca de duas horas nas suas instalações e gabinetes,com televisão e telefones ) e bem assim todos os colaboradores da RTP que tivessem querido sair.  Ninguém foi forçado a permanecer.]
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É provável qua nos silenciem a antena de Monsanto.MDC
Não sabemos o que se passa relativamente a Monsante.Se efectivamente deixarmos de estar nos “ecrâns” é porque a antena de Monsanto foi neutralizada. [O que viria a acontecer depois das 21h00]
Não se trata de neutralização do todo o pessoal que está aqui nos estudos no Lumiar em que, efectivamente, os militares estão aqui mais uma vez pretendendo que a voz dos militares e dos trabalhadores não seja silenciada.
Apelo para a serenidade, para a vigilância revolucionária, inteligente e serena de todos…unidos Venceremos. MDC (19h45)


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